Vivem-se momentos interessantes em Moçambique. Muita discussão, muita tensão, muita acção, muita celeúma. São razões mais do que suficientes para me pôr a reflectir sobre algumas coisas. Estou a pensar, em particular, numa distinção feita ainda no Século XVIII pelo grande filósofo escocês, David Hume. No seu “Tratado sobre a condição humana” Hume legou à posteridade a famosa “guilhotina de Hume”, um princípio extraído da sua perspectiva empiricista segundo o qual não é possível derivar um “de...read more
Vivem-se momentos interessantes em Moçambique. Muita discussão, muita tensão, muita acção, muita celeúma. São razões mais do que suficientes para me pôr a reflectir sobre algumas coisas. Estou a pensar, em particular, numa distinção feita ainda no Século XVIII pelo grande filósofo escocês, David Hume. No seu “Tratado sobre a condição humana” Hume legou à posteridade a famosa “guilhotina de Hume”, um princípio extraído da sua perspectiva empiricista segundo o qual não é possível derivar um “deve ser assim” (Inglês: ought) dum “é” (Inglês: is). Na filosofia moral este princípio mereceu discussões que continuam, sendo consenso, ainda que com certa dissidência, que, de facto, não há descrição do estado das coisas a partir da qual seria possível justificar a moralidade das consequências práticas que devem ser dela extraídas.