Palestinianos pedem ao Supremo para transferir o recluso que faz greve de fome há 79 dias

O Clube de Prisioneiros palestinianos apresentou recentemente um pedido ao Supremo Tribunal de Justiça israelita para transferir o jornalista detido pelas autoridades, Muhamed Al Qeiq, em greve de fome há 79 dias e em perigo de vida, para um hospital palestiniano.

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Na semana passada, o tribunal suspendeu temporariamente a ordem de detenção administrativa (figura utilizada por Israel para deter palestinianos sem acusação formal nem julgamento, por períodos de seis meses, indefinidamente prorrogáveis), mas não o libertou, sentenciando-o a permanecer no hospital israelita em que está internado, na cidade de Afula, no norte do país.

Al Qeiq, com 33 anos, recusou-se a interromper o seu protesto, por entender que essa decisão judicial não implica a sua libertação definitiva, mas é apenas uma suspensão temporária e limitada da sua detenção. A Amnistia Internacional qualificou a decisão judicial como «um gesto que visa simplesmente dar a ilusão de liberdade, para conseguir que Al Qeiq ponha fim à greve de fome».

No dia 12 de Fevereiro fez 80 dias, desde que o jornalista deixou de ingerir alimentos e se recusou a receber cuidados médicos, enquanto não o transferirem para um instituto clínico palestiniano.

Segundo informou a agência palestiniana, Maan, a sua saúde deteriorou-se gravemente, nas últimas semanas, e os médicos que o observam asseguram que ele já se encontra entre a vida e a morte. Al Qeiq só consegue falar, pois perdeu parte da visão e da audição, e teme-se que possa sofrer um ataque cardíaco a qualquer momento. A ONG Médicos pelos Direitos Humanos, de Israel, advertiu ontem que a sua situação «pode sofrer uma deterioração repentina, a qualquer momento», pelo que o pessoal clínico o acompanha em permanência.

“O risco de vida e de saúde deve-se à política de detenção administrativa que serve o objectivo de o silenciar. Desse modo, neste momento, a sua vida não depende dos médicos e sim das pessoas que têm o poder de cancelar a sua detenção”, assinalou a organização palestiniana num comunicado.

Al Qeiq iniciou a greve de fome dias depois de ser detido, a 21 de Novembro do ano passado, por considerar a sua detenção injusta. A sua motivação é o trabalho de jornalista que presta no canal televisivo saudita, Al Majd, e a colaboração que tem com grupos próximos do Hamas.

Tradução de Michelle MV Hapetian | [email][email protected]