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Após o ataque em San Bernardino levado a cabo por um casal de muçulmanos extremistas, as reações de Donald Trump e Muhammad Ali não podiam ter sido mais diferentes.

Quando Donald Trump anunciou a intenção de proibir a entrada de muçulmanos nos Estados Unidos caso fosse presidente, Muhammad Ali não pôde deixar de intervir.

O lendário ex-campeão mundial de boxe que morreu esta sexta-feira aos 74 anos era conhecido tanto por ser rápido e letal no ringue como no discurso.

Em defesa da religião que praticava, Ali condenou o ódio contra os muçulmanos em declarações que, apesar de não se dirigirem assumidamente a Donald Trump, surgiram como resposta à proposta do candidato republicano.

"Nós, como muçulmanos, temos de erguer-nos contra aqueles que usam o Islão para avançar com a sua própria agenda pessoal", disse o pugilista então com 72 anos, recorda hoje o Independent.

"Sou muçulmano e não há nada islâmico em matar pessoas inocentes em Paris, San Bernardino, ou qualquer outro lugar no mundo. Os verdadeiros muçulmanos sabem que a violência implacável dos chamados jihadistas islâmicos vai contra os próprios princípios de nossa religião", disse o antigo pugilista.

"Acredito que nossos líderes políticos devem usar a sua posição para trazer compreensão sobre a religião do Islão e esclarecer que esses assassinos equivocados perverteram a opinião das pessoas sobre o que realmente é o Islão", acrescentou Muhammad Ali.

O campeão de pesos-pesados converteu-se ao Islão em 1965 e mudou seu nome de Cassius Marcellus Clay Jr para Muhammad Ali-Haj, tendo-se convertido mais tarde ao islamismo sunita. Ele também se voltou contra os extremistas islâmicos.