Justiça por Thomas Sankara, justiça pela África

Em uma mensagem que relembra a morte de Thomas Sankara em 15 de outubro de 1987, Mariam Sankara pede à população que continue lutando não somente pela justiça por Thomas Sankara, mas também pela África.

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Sputniktilt

Queridos amigos e companheiros,

Neste aniversário dos 50 anos da independência Africana, vamos dedicar alguns momentos à memória daqueles que lutaram para libertar a África da opressão e dominação imperialista: Kwame Nkrumah, Patrice Emery Lumumba, Ruben Um Nyobe, Amical Cabral, Samora Machel e muitos outros heróis da frente de batalha pela liberdade.

Por seu apaixonado compromisso com a causa Africana e Pan-Africana, a causa da justiça; pelas lutas que eles lideraram – muitas vezes pagando com suas vidas –; não temos o direito de NÃO reforçar nossa determinação em nossas próprias batalhas, apesar de todo e qualquer obstáculo, para acabar com o flagelo provocado por esses obstáculos e impedir o desenvolvimento de tudo o que nosso povo conhece: injustiça social, ditadura, corrupção, pilhagem das riquezas de nosso continente, impunidade...

A lembrança do 23º aniversário do assassinato do Presidente Thomas Sankara e seus companheiros, que sucumbiram com ele em 15 de outubro de 1987, tem um significado especial para nós. Thomas Sankara, cujas ações foram inspiradas por seus antepassados, combateu todas as formas de opressão e injustiça – a luta de sua vida –, ambos na África e mundo afora.

É por isso que peço a todos aqueles que ecoam esses ideais para continuar firmes e vigilantes em seus esforços; para que essa chama continue a brilhar e as batalhas de Thomas Sankara continuem em evidência, em todo o mundo, na tentativa de eliminar a lógica da barbárie denunciada por Bertolt Brecht nesse dia:

‘Alguns estão nas sombras
Outros, na luz
Vemos os que estão iluminados
Enquanto os da sombra são ignorados’

Por isso eu peço a todos os que lutam ao meu lado e da família Sankara, para que continuem suas mobilizações, como nos últimos 23 anos. Assim, a justiça será feita por Thomas Sankara e seus bravos companheiros de batalha, contra a impunidade desfrutada por seus assassinos e demais colaboradores, uma batalha pelo futuro da África – onde ainda se pode matar impunemente.

É por isso, afinal, que convido a todos os meus concidadãos de Burkinabe para se unir ao lado do povo de Burkinabe. Assim, com seus votos nas futuras eleições presidenciais, poderemos ao menos ver uma mudança verdadeira em nossa sociedade e exterminar toda a injustiça, a miséria e a frustração inflingida à maioria nos últimos 23 anos sob o regime de Biase Compaore.

Mesmo que a estrada esteja repleta de emboscadas, estou certa de que, graças à sua determinação, coragem e altruísmo, nós triunfaremos.

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MENSAGEM DA CAMPANHA ‘JUSTIÇA POR SANKARA, JUSTIÇA PELA ÁFRICA’

Há uma série de eventos planejados para os próximos dias em respeito ao assassinato de Thomas Sankara, a serem realizados em Burkina Faso, Costa do Marfim, Togo, Sain, Itália, França, Alemanha e Canadá. A programação está disponível no site Thomas Sankara.

Hoje vamos aprovar a campanha ‘Justiça por Sankara, justiça pela África’ a fim de alcançar um maior número de adeptos.

Lembrando que esta petição já atingiu o número de 4.000 assinaturas apenas via web, além das muitas já recolhidas em papel. O abaixo-assinado tem o apoio de personalidades como José Bové, Tiken Jah Fakoly, Eduardo Galeano (escritor), Didier Awadi, Balufu Bakupa-Kanyinda, Jean Ziegler, Alain Mabanckou (escritor, vencedor do prêmio Renaudot 2006), Didier Daeninckx (escritor), Guy-Patrice Lumumba, Alain Lipietz, Nicole Kiil-Nielsen (MEP), Luigi De Magistris (MEP) e muitos outros que não pudemos mencionar, mas são igualmente considerados e grandes colaboradores da causa.

O documento e a lista de apoiadores está disponível em link http://www.thomassankara.net/spip.php?article866&lang=fr

Requer uma petição internacional, participação ativa de autoridades e abertura de arquivos para expor a responsabilidade pelo assassinato de Thomas Sankara.

*Texto gentilmente traduzido por Cleide Oliveira, voluntária do programa das Nações Unidas Online Volunteering, do qual a Fahamu e Pambazuka News participam.

**Por favor envie comentários para [email][email protected] ou comente on-line em http://www.pambazuka.org