Honduras: 12 dias depois da morte de Berta Cáceres, outro líder indígena é assassinado
Nelson García pertence à mesma organização da dirigente camponesa e indígena Berta Cáceres, assassinada no início do mês.
Nelson García tinha 38 anos e cinco filhos. Também era integrante do Conselho Civil de Organizações Populares de Honduras (COPINH), assim como Berta Cáceres, assassinada no início do mês. Na tarde desta terça-feira (15), apenas treze dias depois do assassinato de Berta, Nestor foi assassinado com quatro tiros no rosto enquanto estava em casa com seus filhos.
Segundo denunciou a COPINH e a Rede Nacional de Defensoras de Direitos Humanos em Honduras, Nelson apoiou a recuperação de terras de Rio Lindo, que sofreu “um violento despejo por parte da Polícia Militar” no mesmo dia de sua morte.
As organizações afirmaram, também, que dois membros da coordenação geral do COPINH estão sendo ameaçados de captura pela polícia. De Honduras, fontes do portal mexicano Desinformemonos informaram que essas lideranças estão junto aos desabrigados do Rio Lindo, ajudando os feridos e afetados pelo despejo.
Assassinato de Berta
Berta Cáceres estava na própria casa, em Esperanza, Honduras, no dia 2 de março, quando homens armados entraram e dispararam à queima-roupa. Com ela, estava Gustavo Castro, também defensor dos direitos humanos, integrante do movimento Outros Mundos, de Chiapas (México).
Apesar de estar ferido e ser uma testemunha presencial do crime, Castro não tem permissão para sair do país, mesmo com os riscos à sua integridade física.
“Alertamos a solidariedade nacional e internacional. Até quando seguiremos suportando mais assassinatos dos que lutam por um mundo mais justo, pelo direito da terra, por um teto digno, por um trabalho digno e não explorador? Basta de extermínio dos povos indígenas, negros e campesinos”, desabafou Castro em um comunicado.