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Subimperialismo brasileiro em Moçambique foi tema de debate na prestigiada livraria Traficantes de Sueños na cidade espanhola de Madrid, na quinta, 25 de Fevereiro. Boaventura Monjane, ativista e jornalista moçambicano denunciou a postula neocolonial e subimperialista do Brasil no país africano.

Monjane, que é também doutorando em Pós-colonialismos e Cidadania Global na Universidade de Coimbra, falou da cada vez mais progressiva presença do Brasil em África e os discursos que a procuram legitimar. O Prosavana, um programa de desenvolvimento agrário a larga escala no norte de Moçambique, fortemente resistido por movimentos sociais e pela sociedade civil Moçambicana, foi o caso escolhido pelo orador para mostrar a controvérsia da presença e dos investimentos brasileiros naquele país africano.

“O Brasil tenta vender o discurso da diplomacia solidária e cooperação sul-sul, mas até que ponto suas práticas diferem daquelas que primam pela dominação, exploração, saque e subjugação, aplicadas anteriormente pelo imperialismo do Norte? As evidências mostram que Brasil tem uma abordagem imperialista e sua agenda é clara: conquistar outros territórios, para a expandir seu poderio e manter-se nas posição cimeiras no ramo agrícola (e mineira), e assim internacionalizar a acumulação capitalista”, defendeu o ativista.

O orador argumentou ainda que a resistência ao Prosavana tem de ser compreendida como rejeição a um modelo de desenvolvimento agrário que, embora proposto por um país do Sul, é igualmente temido por supostamente vir a provocar o empobrecimento das comunidades rurais e a redução de suas alternativas de sobrevivência. Para Monjane, a resistência ao Prosavana acontece em defesa da soberania nacional e alimentar em Moçambique.

O evento, assistido por estudantes universitários, investigadores, ativistas e jornalistas, foi organizado pelo jornal Diagonal, um dos mais importantes meios de comunicação alternativos do Estado espanhol.