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Vamos aproveitar o próximo dia 5, quando se comemora o Dia do Meio Ambiente, para fazer algumas reflexões sobre as agressões que temos feito a ele, talvez, mesmo sem perceber. Milhares de pessoas, ao não ter saneamento básico, coleta de lixo, luz elétrica e viver em condições muito precárias, acabam tomando medidas que o agridem.

Vamos aproveitar o próximo dia 5, quando se comemora o Dia do Meio Ambiente, para fazer algumas reflexões sobre as agressões que temos feito a ele, talvez, mesmo sem perceber. Milhares de pessoas, ao não ter saneamento básico, coleta de lixo, luz elétrica e viver em condições muito precárias, acabam tomando medidas que o agridem.

São esses desfavorecidos, inclusive, que sofrem com os acidentes ambientais, embora nem sempre causem os maiores danos. Os mais pobres não têm fábricas para jogar produtos químicos nos rios e nos mares que matam os peixes e poluem o ar; nem fazendas que usam agrotóxicos nas grandes plantações; também não são eles que constroem mansões em cima de nascentes, embora paguem o preço e sofram bem mais quando vêm as tragédias e precisam reconstruir suas vidas.

Precisamos ensinar às nossas crianças práticas como jogar lixo no lugar devido, pois assim adultos conscientes e educados serão formados.
Nós, povo de candomblé, devemos ter uma preocupação ainda maior com o meio ambiente, pois cultuamos a natureza. Sem ela, nossa religião não existiria. Já está difícil, devido ao desmatamento, encontrar matas e outros locais ideais para fazer as nossas oferendas de uma forma que a própria natureza as absorva. Aliás, devemos ter cuidado com o que usamos para depositar nas ruas, no mar e nas matas para que não acabemos por fazer com que esses locais adoeçam.

Acredito que, com um pouco de consciência, cada um de nós vai ajudar a natureza. Não podemos desistir de plantar uma árvore e cuidar dos espaços em que vivemos. É importante, por exemplo, quando formos à praia, levar sacos para recolher o lixo, mesmo que não tenha um cesto por perto. Se cada um fizer a sua parte, o meio ambiente estará recebendo a ajuda que anda pedindo.

Como estamos perto das festas juninas, aproveito para lembrar sobre os riscos, para o meio ambiente, trazidos pelos balões. Na maioria das vezes, eles acabam provocando incêndios, assim como os fogos típicos dessa época, que ameaçam, principalmente, as crianças.

O São João tem coisas melhores para aproveitar como canjica, licor e o samba junino. É pena que muitas dessas tradições vêm perdendo espaço. Antigamente as pessoas saíam de porta em porta. Elas chegavam segurando pequenas tábuas que batiam enquanto cantavam: “Dona da casa, me dê licença/me dê seu salão para vadiar. E viva a São João”.

Quando a chama das fogueiras diminuía, saltava-se por cima delas acompanhado de alguém que se tornava a comadre ou o compadre de São João. Logo depois vinha o São Pedro, quando só as viúvas podiam fazer fogueiras na porta de suas casas.

Portanto, olha quanto coisa boa existe para se fazer durante as festas juninas sem soltar balões ou adotar práticas que agridem as pessoas e o meio ambiente. Portanto, já aproveitando o cortejo, felizes dias de festas.

*Mãe Valnízia é ialorixá do terreiro do cobre.
*AS OPINIÕES DO ARTIGO ACIMA SÃO DO AUTOR(A) E NÃO REFLETEM NECESSARIAMENTE AS DO GRUPO EDITORIAL PAMBAZUKA NEWS.
* PUBLICADO POR PAMBAZUKA NEWS
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