Lula na Casa Civil pode barrar golpe, mas é preciso "mudanças a favor do povo" - João Pedro Stedile, líder do MST

Segundo dirigente do MST, a ocupação do cargo pelo ex-presidente pode “colocar panos quentes no tencionamento”, mas governo "tem que fazer mudanças a favor do povo".

Article Image Caption | Source
J. Eduardo-BdF

A nomeação do ex-presidente Lula como ministro chefe da Casa Civil pode “barrar os setores que querem o impeachment”, segundo o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stedile. Ele aponta que as sinalizações de mudanças na política econômica podem significar uma tentativa “de corrigir os rumos”. Contudo, cobra que "este governo tem que fazer mudanças a favor do povo".

De acordo com Stedile, os manifestantes que foram às ruas na manifestação do último domingo (13), que ele define como “burgueses reacionários que têm raiva de políticas públicas direcionadas aos pobres”, não vão mudar suas ideias em relação ao governo. Entretanto, vê que Lula como chefe da Casa Civil pode mostrar aos partidos “vacilantes”, como PMDB, que o impeachment é “uma besteira”.

“Toda a sociedade brasileira e até a grande burguesia sabe que tirar a Dilma, dando um golpe, além de ser antidemocrático, não resolve nenhum dos problemas que nós temos na crise econômica, social, política e ambiental", pontua.

Para o dirigente, os trabalhadores devem sair às ruas em defesa da democracia, diferentemente, dos “setores golpistas, que têm como armas o Poder Judiciário, a mídia e parte do Congresso". Ele acrescenta que "a classe trabalhadora só tem como instrumento de força política a sua manifestação nas ruas”.

“É fundamental que todos os movimentos sociais desse país saiam às ruas dia 18, mas não só para defender a democracia. Tem que ir às ruas para defender também os direitos dos trabalhadores, mudanças na política econômica, a Petrobras, a soberania nacional e ir contra os projetos que estão correndo no Congresso e que vão afetar os direitos da maior parte da população”, convoca Stédile.

Fonte: http://brasildefato.com.br/node/34460