A maka Angola-Portugal

"Campanhas anti-angolanas em Portugal são alimentadas pela parcialidade dos médias e por fugas de informação seletiva"

Ponto prévio: nem o autor desta coluna nem a revista África21 se identificam e reveem nos excessos verbais com que alguns setores angolanos têm tratado do tema das relações entre Angola e Portugal, na linguagem de baixo nível e muito menos nos insultos pessoais dirigidos a algumas figuras portuguesas conhecidas pelo seu ódio de estimação em relação a Angola.

Pela parte que me cabe, em particular, não confundo firmeza e mesmo, quando necessário, radicalismo (no bom sentido) com baixaria. Por isso, sempre defendi e continuarei a defender que precisamos de ser moralmente superiores a todos aqueles que nos atacam sistematicamente, alguns por saudosismo colonial, outros por preconceitos ideológicos e/ou moralistas e outros ainda (talvez a maioria) por mero interesse estratégico.

Dito isto, vou direto ao ponto: independentemente do desnecessário ruído introduzido pelos excessos verbais acima mencionados, as autoridades angolanas têm razão quanto à questão de fundo. Ou seja, ninguém minimamente honesto pode negar a existência, em Portugal, de setores importantes que insistem em manter uma má vontade sistemática em relação ao Governo angolano e às elites dominantes no país. Alguns desses setores tiveram responsabilidades diretas no prolongamento da guerra civil em Angola, o que torna a sua atitude ainda mais indefensável.

*João Melo é ativista, escritor em Angola e dirige a revista África 21

*AS OPINIÕES DO ARTIGO ACIMA SÃO DO AUTOR(A) E NÃO REFLETEM NECESSARIAMENTE AS DO GRUPO EDITORIAL PAMBAZUKA NEWS.
* PUBLICADO POR PAMBAZUKA NEWS
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