Organizações de direitos humanos pedem intervenção do PR angolano
Um grupo de mais de 10 associações de direitos humanos e cívicos escreveu ao Presidente da República a alertar sobre as detenções de cidadãos sem obedecer o que a lei estipula para o efeito. O grupo de monitoria dos direitos humanos chama a atenção de José Eduardo dos Santos para que não se repita o caso de Isaías Cassule e Alves Kamulingue, presos e mortos pelas autoridades do país apenas por querem organizar uma manifestação.
Associações como a Omunda, Mosaiko, Fordu, AJPD entre outras associações pedem uma intervenção urgente do Presidente da República no caso.
"Escrevemos ao Presidente da República a chamar a atenção para este facto já que foi assim que aconteceu com Cassule e Kamulingue, temos que ter o cuidado para que isso não se repita, temos a obrigação de alertar para a violação de direitos destes cidadãos detidos", explica Lúcia da Silveira, da Associação Justiça Paz e Democracia em representação do grupo de monitoria dos direitos humanos que espera agora por uma reacção de José Eduardo dos Santos o mais cedo possível.
Segundo Silveira, a carta entrou na Presidência na quinta-feira passada, mas não houve ainda qualquer resposta. No entanto, aquela activista diz esperar que o Presidente “respeite os direitos dos cidadãos detidos porque, de acordo com o advogado dos jovens, até esta altura não foram apresentadas as provas que dizem ter e mesmo com provas e é preciso que os cidadãos detidos tenham direitos respeitados".
Por seu lado, a AJPD alerta que várias outras diligências serão feitas nos próximos dias para chamar a atenção da comunidade internacional sobre este assunto.
Independentemente de haver ou não provas, o Frei Júlio Candeeiro, da associação Mosaiko, apela aos decisores públicos que este tipo de perseguição contra quem tem uma opinião contrária em nada abona para a imagem de Angola.
"Acho que do ponto de vista de construção de uma sociedade de direito Angola está a recuar muito, perde muito com esta postura, quais são as provas? É preciso que se apresentem estas provas, não basta desconfiar e pronto", concluiu Candeeiro.