São Gonçalo é o segundo maior município do estado do Rio de Janeiro com mais de um milhão de habitantes, atrás apenas da capital. Embora grande, a educação na cidade vive uma crise, segundo denuncia o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação no RJ (Sepe-RJ). Reunidos em assembleia na última terça-feira (12), cerca de 250 profissionais de educação decretaram greve por 72h a partir da próxima segunda-feira (18).
São Gonçalo é o segundo maior município do estado do Rio de Janeiro com mais de um milhão de habitantes, atrás apenas da capital. Embora grande, a educação na cidade vive uma crise, segundo denuncia o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação no RJ (Sepe-RJ). Reunidos em assembleia na última terça-feira (12), cerca de 250 profissionais de educação decretaram greve por 72h a partir da próxima segunda-feira (18). O Brasil de Fato RJ cruzou a ponte e foi até o município da região metropolitana para entrevistar Beatriz Lugão. Diretora do Sepe e professora em São Gonçalo, ela nos contou sobre a situação vivida ali. Confira.
Brasil de Fato - Qual a situação da educação em São Gonçalo?
Beatriz Lugão - Estamos sem profissionais de limpeza nas escolas, não temos merenda para os alunos, faltam professores e os que estão dobrando o expediente não receberam por isso, o pessoal que está contratado não está recebendo. Estamos vivendo um caos completo na educação de São Gonçalo.
O que foi decidido na assembleia da categoria?
Beatriz Lugão, diretora do Sepe | Foto: Alerj
Uma greve de advertência de 72h a partir da próxima segunda-feira, dia 18. Vamos fazer uma mobilização de rua na terça-feira (19), quando faremos uma passeata saindo da secretaria de educação e indo até a prefeitura de São Gonçalo, e sem hora para acabar. Nossa ideia é trazer pais, alunos e mobilizar a população que ano passado assistiu a uma greve de três meses da educação em São Gonçalo e apoiou nossas atividades. Queremos chamar atenção da população para o descaso que continua e que até piorou do ano passado pra cá.
Vocês decretam greve num cenário onde outros profissionais da educação do país também estão em paralisação. Como você avalia este momento?
Os profissionais da educação talvez sejam hoje um dos setores mais mobilizados, porque é um dos setores que mais trabalham com o público, junto com os profissionais da saúde. É um dos setores que mais têm sentido o corte de verbas e é um dos que mais têm sentido com a mentira de todos os governos. A pátria educadora está batendo em professor, em funcionário de escola. A pátria educadora educa com a repressão aos movimentos dos educadores e aos movimentos sociais. Educa cortando verba da educação e da saúde. Não tem como os profissionais da educação não explodirem. A educação em nosso país é uma panela de pressão.
Qual a importância da sociedade apoiar a luta pela educação?
Ela precisa abraçar a educação, não achar que só os educadores que precisam brigar. Quando os educadores entram em greve é porque está insuportável a situação dentro da escola. Aqui vamos fazer uma greve de advertência. Estamos no segundo bimestre sem merenda, sem condições de trabalho, com banheiro sujo na creche, sem material escolar. Então é um basta que a categoria está dando e é preciso que a população venha também para essa luta.
Qual é o seu o recado aos leitores do Brasil de Fato?
Vocês precisam vir para as lutas sociais, vir para as ruas, no próximo dia 29 de maio tem uma greve geral no país. O leitor do Brasil de Fato precisa trazer para si essa luta, participar. Alguma coisa tem que ser feita. Somente o povo na rua é capaz de mudar esse estado de coisas. Então aquele trabalhador que está saindo cansado, vai sair cada dia mais cansado, com uma passagem de ônibus cada dia mais cara, morando cada dia mais distante do seu trabalho, com seu filho estudando em uma escola cada vez mais precária, com um péssimo serviço de saúde. Esse trabalhador precisa vir para as ruas e dar um basta nessa situação colocada.
*AS OPINIÕES DO ARTIGO ACIMA SÃO DO AUTOR(A) E NÃO REFLETEM NECESSARIAMENTE AS DO GRUPO EDITORIAL PAMBAZUKA NEWS.
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